Se você vier com este olhar de sol,

Fujo contigo pra onde você quiser.

Qualquer lugar que caiba nossa loucura de viver

Qualquer lugar que encha nossos corações de poesia

Qualquer lugar que enfeite nossas almas de estrelas e

céu azul todos os dias

Qualquer lugar onde possamos respirar paz e liberdade,

música e dança, palavras... Sonhos... Esperança...!

Se você chegar... Irei contigo!

(Cida Vieira)

No bailar do corpo

coração gira no peito

explode a alma em arco-íris

nos pés rodopiam os sonhos

na boca o beijo do vento

no espaço me solto

como pássaro me invento...

(Cida Vieira)

teu olhar me alcança

nesta tempestade de gestos e palavras

como uma lança me atinge em pleno voo

ilumina a alma e sossega o coração

teu olhar destranca portas,

abre janelas, desenha as paredes

invade a casa sem pedir licença

enfeita de flores o tapete da soleira

traz os raios de sol para o quintal

teu olhar desmonta armadura

forra a pele de candura

constrói caminhos, refaz pontes

teu olhar mar de sargaços e sonhos,

novo horizonte, esperança, cântico de vida

teu olhar, luz profunda, beleza infinita...

(Cida Vieira)

Esta frio!

Chove lá fora...

Cá dentro do quarto chove saudades,

Nos papéis versos rabiscados,

No meu corpo espalhados os beijos

que mandastes no vento.

Na ânsia de sonhar contigo,

Fico chamando teu nome,

Fecho os olhos... Te imagino...

E assim pensando em ti... Adormeço!

(Cida Vieira)

Lua solta no infinito

Enquanto trocamos olhares... Sonho!

Acaricias-me a pele com tua silenciosa luz

Abro meu coração em palavras

Umas alegres, outras molhadas 

nas lágrimas das madrugadas insones

Deixe-me passar a noite no balanço

dos teus braços, aplaca-me a solidão,

aquece-me a alma

Busco neste adormecer esquecer a dor

da saudade desenhando entre 

as estrelas o rosto amado

Minha raiz neste céu, árvore repleta

de frutos e desejos...

Coração viaja na poesia 

que pendurada na lua enfeita o corpo

tatuando palavras e sentimentos 

no infinito de mim!

(Cida Vieira)

 Abraço alucinado no infinito dos sonhos

Partículas de desejos acumulando-se no nimbo

Espuma louca dos delírios

Expelida pelos poros

Dos corpos sedentos de prazer

Que se procuram e se encontram

Nas palavras insanas...

Na carência da carne...

No breu das bocas...

Fogo que queima a pele nua

No clarão do gozo em lavas

Derramando-se na aridez dos corpos

Transformando-os em brasas!...

(Cida Vieira)

Uma dor que não tem nome

Silenciosa, perversa, corrosiva

Um lugar sem ajuste, sem corpo

Não me reconheço aqui

Tudo é estranho, opaco, ruínas

Minha mente está encurralada

Teia podre, intrigante, mal traçada

Neste lamaçal peço socorro

Meu coração sangra, minha alma chora

Meus gritos ecoam pela escuridão

Quem me ouvirá? Quem me socorrerá?

Desta vez sinto-me realmente perdida 

Sem motivos para voltar 

Sem razão para viver

Percebo que esta falsa fortaleza

É pura fantasia tingindo as paredes escuras 

Com palavras que voam da boca feito fantasmas

Dentro desta enorme casa vazia...

(Cida Vieira)